quarta-feira, 8 de janeiro de 2014

Origami do Céu

Ontem à noite, eu estava pensando em algumas coisas que tem acontecido nos últimos meses e que nos remeteram a fatos que ocorreram há anos atrás.

Lembrei-me de quando eu era criança e íamos em uma igreja chamada Pedra Viva, em São Paulo.

Na época, minha família passava por grandes dificuldades. Meus pais estavam tentando voltar aos caminhos de Jesus após anos afastados, meu pai estava desempregado, minha mãe trabalhava até tarde, brigávamos muito em casa, eu também brigava demais na escola, faltavam muitas coisas... era uma situação complicada, mas a igreja era um verdadeiro refúgio onde eu podia fugir de tudo isso.

Íamos à igreja com minha mãe uma ou duas vezes por mês. Lá, havia uma escola dominical para crianças chamada Grupo de Apoio Às Crianças, ou simplesmente G.A. Crianças, que era composto por alguns professores (carinhosamente chamados de "tios"): Monicão, André, Elias, entre outros de quem não recordo o nome.

A escolinha acontecia em um prédio ao lado da igreja, num apartamento pequeno, talvez alugado pela igreja devido à falta de espaço. Tínhamos que subir as escadas em silêncio para não incomodar os vizinhos (o que era meio impossível, visto que éramos em torno de 30 crianças, risos).

Eu não me lembro de muitas coisas, mas algumas coisas eu nunca vou esquecer são: o sorriso e a alegria de cada "tio" ao nos receber na escolinha, seu abraço apertado e quentinho, o amor que eles tinham por cada um de nós (tanto para brincar e explicar as histórias, quanto para pegar no nosso pé e dar uma bronca quando extrapolávamos os limites) e o cuidado com cada aula que preparavam para nos ensinar não só as mensagens da Bíblia, mas a gente conversava com eles e eles explicavam várias coisas sobre a vida e sobre nossa caminhada com Jesus.

De fato, ainda carrego lições super-importantes que aprendi com eles, verdadeiros "tesouros espirituais" que hoje fazem muita diferença na minha vida, como quando ganhei uma Bíblia em uma gincana, e "tia" Monicão escreveu nela "Vivian, este é o 'Manual da Vida'. Use-o com sabedoria". (E como é bom ver que, mesmo depois de quase 20 anos, todas as respostas que precisei estavam lá mesmo!! rs)

E daí chegamos no assunto que eu quero falar, chamado DESDOBRAMENTO ESPIRITUAL. Pois nada do que fazemos para o Senhor é em vão (1 Coríntios 15:58). É como uma plantação. Você prepara o solo, lança uma sementinha, rega com água, oração e com muito amor, e num belo dia, ela cresce e dá fruto. E esse fruto também possui sementes, que reiniciam todo o ciclo.

Tudo porque algum dia, alguém desejou entregar para Deus algo que O agradasse. E Deus adora superar nossas expectativas (Efésios 3:20), porque Ele é o nosso pai!

Hoje, cada um de nós tomou um rumo. Minha família foi transformada, vivemos muitas aventuras com Jesus (mais daí é conversa para outro post.. risos)! Vejo também que continuei o que os "tios" faziam, pois ministro aulas dominicais para crianças e adolescentes desde os meus 16 anos (usando às vezes o que aprendi lá atrás, com aqueles "tios"), além de participar de outros ministérios da igreja. Meus primos (que também eram do G.A. Crianças) se tornaram missionários pelo JOCUM, outros amigos se tornaram levitas que adoram à Deus em espírito e em verdade...

Eu não sei se essa mensagem é específica para os tios e professores, muitas vezes invisíveis, de escolinhas dominicais... mas... que vocês tenham certeza disso: quando fazemos algo pelo Senhor com amor, nosso trabalho nunca é em vão. Ainda que pareça pequeno ou tão discreto que ninguém dê valor a ele. Nosso trabalho no Senhor sempre dá fruto, e esse fruto permanece e vai além do que podemos imaginar (Isaías 55:8-11).

Pode acontecer de você trabalhar muito para edificar vidas e não ver o fruto de seu trabalho. Mas a boa notícia é: Deus verá! E melhor ainda: Ele habitará na sua construção! :-)

Por isso, não desanime! Mãos à obra!

Um abraço a todos! :-)

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